sexta-feira, janeiro 28, 2005

reflexo da realidade amarga. em concordância de género.


Amor Que Morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarao, ao longe, ja' desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
Sao precisos amores, pra morrer,
E sao precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que ha'-de vir!


Florbela Espanca

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