quinta-feira, setembro 15, 2005

detached

As mãos dele seguram nas dela enquanto os lábios deslizam uns nos outros. Da boca, imagina de cor, o caminho para o pescoço, que percorre de olhos fechados a imaginar o prazer que lhe despertam as carícias que lhe entrega.

Pára, e observa os olhos dela, enquanto a vê inclinar a cabeça para trás ainda a sentir as mãos que ele não consegue manter sossegadas e quietas, perto do corpo dela.

O desassossego assalta-lhe a têmpora e deixa-a a latejar...

As orelhas tornaram-se agora um altar com a imagem a quem devota o calor dos beijos... suave loucura, esta, de querer assim de forma incontida.

Ouve-se ao longe a inveja que corre a aplacar: beija-lhe os olhos e faz-lhe passar pelas pestanas a brisa do corpo, já tão quente de estar tão próximo.

E as mãos que não se aquietam... os músculos que pedem o contacto dos dela... o peito de um já sonha em pesar no outro.

Agarra-a e vira-a de costas para cima, com a firmeza que não lhe deixa dúvidas sobre a a tensão que sente; e carrega as mãos nas espáduas.

Por esta altura já se sente a respiração pesada, e os peitos que se expandem, enquanto tentam respirar, como se estivessem rodeados de um ar denso de desejo.

A raça de amar não tem que ser uma só descida. Nem a montanha russa pára depois da primeira rampa; ganha balanço e lança-se para a frente, carregada de vontade e gente aos gritos.

Assim é a vontade de a ter, que se propaga dos músculos dos braços, em direcção aos dedos que correm a pele das costas dela. Descobre as curvas, as reentrâncias, a suavidade da pele onde viaja; ao lado dos ossos pressente os nervos que faz disparar com as mãos, que vão lentamente para baixo e para cima do peito dela, arrepiado de um frio que não existe.

Está em fogo, a consumir-se devagar e louco por a sentir a arder também. Os músculos dela abandonam-se nas mãos dele e confiam aos beijos que lhe surpreendem os ombros, a vontade de não parar de ter prazer.
Sentirá a palma da mão que treme quando faz menos força a controlar a vontade de a tomar de assalto como um louco? A maior parte das vezes, não: está ocupada a sentir, e angustiada pelo calor que lhe assalta o ventre, sem dizer quem é.

Os dedos dele continuam nela, como se quisessem entrar e acariciá-la por dentro...

2 comentários:

Anónimo disse...

Delicosas as imagens cheias de múltiplos sentimentos que este post provoca...

mac disse...

obrigado :-)
it's good to know that it impacts at all.