E, apesar disso não vejo a água. Apenas umas gruas de contentores que dizem Liscont.
Estou perto do rio, do sol e das esplanadas, mas trabalho no piso zero, tapado por painéis que impedem quem passa, de olhar para dentro.
Irónico não é?
Não teria que ser assim, mas também impede quem está dentro, de olhar para fora; apenas para cima, onde estão os vultos de ferro a recortar o céu, que deslocam os contentores e a carga dos navios para o porto e do porto para os navios, sem contemplações.
Sem se preocuparem se chove ou está um sol radioso como o de hoje, que apenas posso adivinhar.
Talvez só saia daqui quando estiver escuro. É mais seguro.
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