Reencontrei há dias gente amiga de quem me tinha afastado há já muito tempo. Mais até do que pensava. Tempo demais.
Viajava de carro e falava sobre outras coisas quando me fui apercebendo da falta que me fazia aquela outra gente de quem me fui afastando.
Relembrei-me e destroquei uma conversa simpática com aquele mais presente em tempos mais idos. Ainda hoje tem um semblante triste e melancólico e vive assolado por sentimentos tumultuosos e emoções que lhe continuam a castigar o corpo por quererem viver no limite. Conversámos sobretudo das saudades dos nossos encontros imperturbáveis e alheios ao mundo como alheio fui ficando à conversa que se ia desenrolando atrás e ao lado.
Da memória, visitou-me também aquele mais atrevido e assanhado até, que tanto prazer me dava quando tomava para si a pena e os anões. Perguntei-lhe pela vida e conta-me que teve saudades também. Saudades de me dar asas e colocar nos olhos as cores fortes e os aromas carregados que me atiravam até muito mais além do que eu faria sozinho. Contou-me que a vida sem ele não era a mesma coisa e pediu-me para não o mandar embora de novo. Viver sem ele seria mais triste, seria como viver quase só com o primeiro. E isso não era bom.
Ouvi, comovido pela falta que me assaltava, a ausência daquela parte de mim.
Assomou-se também o mais ausente. E chegou zangado. Ao contrário do seu espírito normalmente positivo e bem disposto, vinha danado. Danado porque quando há muito tempo tinha concordado em ser o menos presente, não lhe tinha passado pela cabeça ser tão esquecido, tão pouco lembrado e nada acarinhado como nos últimos meses da vida dele e da minha também. Parecia até o último, de tanto que resmungava e se irava, crítico de mim. Não o pude apaziguar, porque também eu, só podia concordar.
Falámos de quando nos poderíamos voltar a ver e prometi-lhe um sorriso para breve. Prometi-lhe um arco-íris sobre a minha vida para o deixar menos só. Mas não sei se vou conseguir cumprir a promessa tão cedo. E foi-se embora com a dúvida legítima de que passaria algum tempo antes de nos voltarmos a ver.
Não nos podemos afastar demais da nossa loucura. Fico pior…
Viajava de carro e falava sobre outras coisas quando me fui apercebendo da falta que me fazia aquela outra gente de quem me fui afastando.
Relembrei-me e destroquei uma conversa simpática com aquele mais presente em tempos mais idos. Ainda hoje tem um semblante triste e melancólico e vive assolado por sentimentos tumultuosos e emoções que lhe continuam a castigar o corpo por quererem viver no limite. Conversámos sobretudo das saudades dos nossos encontros imperturbáveis e alheios ao mundo como alheio fui ficando à conversa que se ia desenrolando atrás e ao lado.
Da memória, visitou-me também aquele mais atrevido e assanhado até, que tanto prazer me dava quando tomava para si a pena e os anões. Perguntei-lhe pela vida e conta-me que teve saudades também. Saudades de me dar asas e colocar nos olhos as cores fortes e os aromas carregados que me atiravam até muito mais além do que eu faria sozinho. Contou-me que a vida sem ele não era a mesma coisa e pediu-me para não o mandar embora de novo. Viver sem ele seria mais triste, seria como viver quase só com o primeiro. E isso não era bom.
Ouvi, comovido pela falta que me assaltava, a ausência daquela parte de mim.
Assomou-se também o mais ausente. E chegou zangado. Ao contrário do seu espírito normalmente positivo e bem disposto, vinha danado. Danado porque quando há muito tempo tinha concordado em ser o menos presente, não lhe tinha passado pela cabeça ser tão esquecido, tão pouco lembrado e nada acarinhado como nos últimos meses da vida dele e da minha também. Parecia até o último, de tanto que resmungava e se irava, crítico de mim. Não o pude apaziguar, porque também eu, só podia concordar.
Falámos de quando nos poderíamos voltar a ver e prometi-lhe um sorriso para breve. Prometi-lhe um arco-íris sobre a minha vida para o deixar menos só. Mas não sei se vou conseguir cumprir a promessa tão cedo. E foi-se embora com a dúvida legítima de que passaria algum tempo antes de nos voltarmos a ver.
Não nos podemos afastar demais da nossa loucura. Fico pior…