quinta-feira, junho 30, 2005

hoje, de tarde, não gostei do que vi

tenho que perceber melhor o que está à minha frente...

terça-feira, junho 28, 2005

os moinhos



de tão abandonados que foram, tornaram-se cinzentos, perderam as velas que dantes se enchiam, orgulhosas, de vento e perderam a vontade de lutar...

mas, pensando bem... não teriam contra quem.

a humanidade extinguiu os D. Quixotes.

segunda-feira, junho 27, 2005

by monet

water lilies


terá sido a partir de uma imagem semelhante a esta que que Monet se inspirou para pintar alguns dos seus melhores quadros.

para que a inspiração pudesse permanecer, resolveu cultivá-los no lago que tinha no jardim.

e tu, onde vais buscar inspiração para viver?
dentro ou fora de casa?

uma das respostas, se exclusiva, tem que dar que pensar...

quinta-feira, junho 23, 2005

invade-me

um torpor manso, que arrasta a maré em direcção aos meus pés...

imagina a praia ao final da tarde quando já sopra uma brisa fresca, quando apenas passeiam as pessoas contemplativas ou estão enrolados nas toalhas os casais de namorados.
e há também os outros; aqueles a quem invade a vontade de nada e de ficar a ver a constância da diferença que encontramos no mar e no fogo... os opostos despertam o mesmo turpor...
na praia sente-se a languidez da temperatura fresca do vento da tarde, que levanta os pelos dos braços e das pernas num arrepio de prazer, ao mesmo tempo que recebemos o conforto e abraço dos último raios de um sol que foge a esconder-se no mar...

surpreendeu-me

a contagem de visitas, quando fui há pouco ao meu blog. que estranho é, imaginar que há gente que vem ver o que escrevo, o que tenho para dizer e o que sinto, desta forma anónima.
nunca imaginei. mesmo.

não deixo de sentir um conforto pelo contacto que se estabelece com o mundo, apesar do mundo que aqui vem, saber, na maior parte, tão pouco de mim.

it makes you wonder...

ontem falava com alguém que me dizia que uma pessoa amiga, que não me conhece, visitava o meu blog com regularidade. confesso que nunca imaginei.

lancei o meu blog inspirado no exercício do Pedro que ao lançar o blog dele dizia qualquer coisa parecida com: "...alguns, poucos, terão o endereço do meu blog, mas posso não estar disponível para discutir o que aqui escrevo..." Esta segurança do anonimato ou salvaguarda de discussão biunívoca, fez-me escrever na net.
lancei primeiro os textos que escrevi há já muito tempo e, há medida que ia escrevendo as palavras antigas, foi despertando a veia que sempre suspeitei que pudesse estar prestes a latejar.
era um feeling que eu tinha: assim que abrir uma pequena fresta da porta, os sentires trancados no peito, farão força e abrirão caminho até à rua.
e assim foi.

nos primeiros tempos, o que escrevi foi tremendamente influenciado pela tristeza de uma separação recente. e é bem verdade o que já disse num post anterior: o meu espírito literário é pessoano, alimenta-se da tristeza, o malvado.
podia ser despoletado por coisas boas, mas infelizmente, não tanto.
mas até isso, acabei por descortinar e partilhar com o meu blog.

já lhe chamei nomes, já exultei pelo papel de mensageiro anónimo a que se prestou, já lhe agradeci o espaço e atenção que me tem dedicado ao longo destes últimos meses, sempre que precisei. tem sido um companheiro, como nunca imaginei.

tirei de mim muitos espinhos que espetei nos teclados dos computadores portáteis em que escrevi os meus posts.
arranquei de mim muitas mágoas, que qualquer profissional de saúde mental cobraria fortunas para resolver.
escrevi lúcido, poucas vezes, confesso. e escrevi grosso. alcoolizado, mesmo, a esmagadora maioria das vezes. faltará a coragem para escrever quando não há drogas?
penso que não. há apenas demasiados filtros societais que me fazem travar as velocidades vertiginosas em que me lanço quando escrevo directamente da alma para as letras...
optei já até, por escrever num bar, acompanhado, em directo, pela minha amiga russa, e saiu a história deliciosa do comboio.
gastei o cd do "habla con ella", pela tristeza que me desperta e pela vontade, quase imediata, de arremessar a ponta dos dedos para o teclado.

acho que, à medida que se escreve, quando se gosta mesmo, se vão purgando parte dos espíritos perturbados que passeiam na aldeia do nosso estar. é um exercício formidável, de tão libertador.

acho que é sobretudo saudável, e é isso que sinto que seja talvez a minha maior dívida de gratidão para o meu blog.
quando se tem, como eu, pouco gosto por discutir a vida interna com as outras pessoas, este caminho é um grito do ipiranga da independência do ser, são as cataratas do niagara do pensamento, ao mesmo tempo que se transforma na exposição permanente do quai d'orsay da minha alma. não que tenha a qualidade para, mas apenas porque mostra o que de melhor aqui se pinta. à escala da minha insignificância...

não encontro nas pessoas a facilidade de ouvir e a predisposição para escutar de forma ligeiramente premonitória e, por isso, escrevo no blog. tenho que agradecer ao Pedro a inspiração. mal sabe ele o que despertou... o monstro... :-)

talvez não seja um monstro, o que acordou, gosto eu de pensar.

mudei até de formato de posts. mas nunca confessei bem o porquê: comecei a sentir-me mais exposto do que gostaria. aqui há muito tempo várias pessoas me disseram que a minha escrita era tenebrosa (afinal tratava-se do espelho da alma...), mas depois já começavam a perceber e a comentar.
perdia-se a salvaguarda e inaugurava-se o período de adaptação ao contacto directo com os comentários escritos e pessoais, sobre o que eu escrevia.
não contei a ninguém, mas tive que aprender a ouvir e ler o que pensavam sobre o que eu pensava.

esse tempo também passou, e ficou o gosto de sentir o cordão que se estabeleceu com o mundo, neste campo das ideias e dos sentires.

por isso hoje fiquei tão surpreendido com o número de visitas... curiosa esta vida que vivemos. e que surpresa.

noutro dia conto-te mais coisas destas, das directas, meu amigo blog.

domingo, junho 12, 2005

down hill



a mesma história, a mesma fome de vitória,
o mesmo tesouro para os vencedores.
apenas o tempo é diferente; mas nem tanto assim.

o desejo e os instintos mais primários por que se rege a nossa raça, são precisamente os mesmos.
haja querer, haja luta, haja vontade de rasgar os caminhos que não estão ainda abertos, e...

renova-se o espírito e a alma de um povo que viveu como conquistador de glórias durante pelo menos VII séculos...

ah, espírito nobre lusitano!
que tanto orgulho me despertas a cada dia que vejo o sangue ferver-me nas veias e o cérebro a latejar de vontade de fazer e sentir!

foda-se! o 5º império está a um passo da vida da gente!

high up



no alto, sobrava ainda o último torreão de defesa da cidadela.
para lá das muralhas e paredes espessas encontrava-se um espólio digno de reis de tempos antigos.

quarta-feira, junho 08, 2005

sound of music

chama-se Christine Hitt e descobri-a à muito pouco tempo. A música é de Jazz, com alguns covers e outras, originais.
Não é tão melodramática como o Habla con Ella, apenas relaxante e descansativa - inventei esta palavra há uns dias e ninguém gosta dela.
Também, talvez por isso, não seja tão inspiradora... chega disto. "Bossa de Caetano"... também não, ou talvez só um pouco... afinal é um album muito bom.

Mas acho que hoje a inspiração não aparece da mesma forma...

Tenho tido sentimentos muito antagónicos e momentos em que decido sair para lado nenhum atrás de nada, enquanto noutros, me sinto feliz e tenho o tempo todo do mundo à minha espera.
mas a minha natureza não é tranquila e este estado de espírito não perdura. sempre que posso, sou, e assumo-me como absolutamente invasivo.
Tenho alguns amigos antigos que podem ser também recentes, que me fizeram lembrar de tempos tão mais leves e suaves do que aqueles que sinto hoje. isto apesar de, comparado com outras almas "penadas" o meu peso ser, absolutamente, peso pluma.


Tenho esta inquietude e insatisfação mais ou menos constante, que faz com que estes velhos/novos amigos me apontem uma ou duas coisas boas, mas sempre salpicadas com a dúvida sobre a constância da minha presença. Aparentemente, a minha falta pode ser, ou já foi sentida...
Vou desenvolver este tema noutro dia... hoje não é o dia certo.

Outro assunto: então não é que tenho recebido feedbacks completamente opostos às mamas da menina do post anterior?!

Não percebo, os gajos e duas (declaradas e abençoadas) senhoras, exprimiram a sua satisfação pelo erotismo da coisa e estavam alinhados com o que me levou a publicar esta ousadia. No entanto, houve outras (só senhoras) que se insurgiram ;-) contra o despudor assumido da cachopa que deitava ao léu parte das bençãos que recebeu da mãe natureza.


Há menos de 10 min disseram-me "sentimento pessoano", gostava também que a arte fosse inspirada na mesma corrente, mas não chegamos a tanto.

Deixa-me partilhar uma coisa gira, blog chibito. Sabes que os meus alunos do 1º semestre me pediram ajuda para o trabalho que estão a fazer no 2º semestre, com outro professor? Fiquei mais do que contente. Acho que é indiscritível, em palavras, a dimensão do que só pode ser genuíno nos olhos de quem é. Humm, tão bom...
Tenho tido poucos momentos deste calibre e tive a felicidade de ter dado umas "aulas extra" no café a uma mão cheia deles, que começaram por ser poucos e depois passaram a mais, à medida que chegávamos à - terceira - sessão. Foi delicioso.

Pudesse eu sempre, trabalhar assim.
Vou descansar um pouco. Hoje já estou estafado.

terça-feira, junho 07, 2005

lost antecipation


nem sei bem porque me atraiu esta foto... ou não, sei sim.
Atraiu-me a beleza despudorada dos seios naturais que se afastam para dar passagem aos olhos, às mãos e a um corpo inteiro que quer entrar para dentro deste.
A promessa é encantadora (eu adoro esta palavra e, por isso, utilizo-a poucas vezes).

Mas também a angústia de quem vê para além destes seios lânguidos e encontra as pernas cruzadas, a fechar o encontro que tinha sido sentido e antecipado quando comecei a olhar e a deslizar por entre o corpo...

E a veemência das pernas é tremenda.



by the water front... a glimpse of life, as it fades away


O que será que sentem as conchas quando, depois de mortas, continuam a ver o mar tão perto, tão forte, tão intenso de vida, enquanto elas, jazem na praia sem se lhe poder juntar?
Ainda bem que já não sentem. Por terem morrido...

só não é para mim


Mas sinto-me assim; inexplicavelmente longe do mar, apesar de ele se atirar com aquela força imensa contra o farol. Eu, sinto-me bem mais longe, e completamente fora desta demonstração deliciosa da natureza. Só não é para mim. Que inveja dos faróis.

o condicional mais que perfeito... whatever that might be...


Hoje poderia sentir-me assim; como um caminho para o mar com cores fortes e vincadas recortadas no céu que traz um novo dia.

sexta-feira, junho 03, 2005

eu, dentro de ti


o autor chamou-lhe canção dos abraços.
nem de propósito...

a foto q te faltava para sorrires


alguém disse que esta foto foi captada por uma mulher.
estou tentado a concordar.
é uma oferta minha, a outra mulher

sol


há raios de luz que entram assim
na vida da gente.

sonhar assim...


Pode até ser que seja só eu, mas vou ter saudades de sentir o calor do teu corpo, o aroma dos teus cabelos e as carícias que os meus braços roubam ao teu peito quando te abraçam e puxam o teu corpo para mais perto do meu.
como se ele precisasse de ajuda...

quinta-feira, junho 02, 2005

Light my day

não têm sido maus os dias.
mas tenho tido uns sonhos tramados, de noite.
:-)