sexta-feira, janeiro 20, 2006

stayin' alive

Perguntei-te se tinhas saudades de escrever e respondi que sim. Que sinto a falta das pausas no fazer para poder sentir e escrever ao som do… do que eu quiser.

De facto, não tenho tido tempo. Em boa verdade, “...as art craves on pain, too...”, é natural que haja um défice de posts. Ando muito satisfeito com o meu trabalho novo e, por isso, o covil é menos visitada.

O apelo não morreu, de todo. Ainda mantenho presente na pele a memória dos… bom, estava a distrair-me.

A escrita continua dentro de momentos e, com vontade própria, como se comprova pelo documento junto.

Tenho andado a amadurecer a ideia de escrever qualquer coisa sobre a malta amiga… em formato anónimo, claro. Humm...

Até breve.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

...e o tempo a fugir...



se fores capaz de inundar os lábios de desejo, sou capaz de te querer também...

e...como ficamos?...




“It is hard to fight with one’s heart’s desire; whatever it wishes to get, it purchases at the cost of soul”

e perguntamo-nos se vale a pena contrariar.

se sim, estaremos a destruir a naturalidade da intuição e do mais genuíno que seríamos.
se não, estaremos, muitas vezes, a ceder à fraqueza do capricho mais fácil da nossa natureza temperamental.
e então?...

nunca houve uma opção certa.

são as escolhas que vamos fazemos entre estes dois sentidos quase opostos do ser, que vão balizando e definindo o nosso respirar.

são as escolhas em si! é o decidir.

não o lado que escolhemos a cada vez. esse, é cada vez menos importante.

porque só não muda de ideias, quem não as tem. e o resto,... é o tempo a fugir...


quarta-feira, janeiro 04, 2006

infâmia


pior que longe

é estar perto a ponto de doer a distância de não se tocarem...
mais tarde ou mais cedo...

terça-feira, janeiro 03, 2006

o temp(l)o perdido




Perto de há muito tempo, lembro-me ainda, das tardes que passava na cama a esticar a preguiça das costas e a sacudir o torpor lanzeiro das mãos.
E que tardes...

Lembro-me dos olhares doces e dos silêncios preenchidos de tantas palavras.
Lembro-me do querer ser atiçado com uma brisa suave e os gatilhos dispararem por apenas se pensar em lhes fazer pressão.

Lembro-me de horas seguidas passadas com este sabor delicioso na boca.

Lembro-me até, tal era a inocência, de tocar música para ensinar um canário a cantar. E o bicho... nada. A favor do bicho, invoque-se o facto de ser uma fêmea (as fêmeas canário não cantam).

Lembro-me de fugir vezes e vezes seguidas, para não ser apanhado. E rirmos a bandeiras despregadas, de todas as vezes que conseguia.

Lembro-me de termos criado, muito cedo, um mundo nosso, cheio de promessas para cumprir e encantos imensos.

Lembro-me da praia. Lembro-me de estar 24 horas (...quase...) e não ficar cansado, nem ter falta do que dizer ou fazer. Não haviam ideia de menos ou ousadias de mais. Valia mesmo tudo.

Perto de há muito tempo, sonhei ser novo a vida toda.

Se calhar, foi mesmo um sonho.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

2006



Não basta sonhar, ou desejar, que seja um ano bom.

É preciso torná-lo no que não se queira presente num sonho mau.

É preciso que a realidade nos entre pelos olhos adentro e crave a âncora no chão seco da nossa indiferença. E se ouça o baque.

É o fazer que aterra e move o desejo do querer.