Tenho que me obrigar a ouvir a música certa com risco de perder a capacidade de encher o peito de lágrimas que continuam a recusar-se a escorrer pela porta certa.
Preciso de obrigar o sangue a correr sob pressão para sentir viva a gana de ganhar e conquistar o que quer que seja.
Preciso de obrigar o sangue a correr sob pressão para sentir viva a gana de ganhar e conquistar o que quer que seja.
Quando me emudece a vontade sinto apodrecer o viver, aos poucos e, depois, cada vez mais depressa numa espiral louca que me parece sempre demais do que consigo conter. São esses os momentos em que, do resto do ânimo que ainda me povoa as mãos – em mim, são sempre as mão as últimas a cair – que me socorro de um qualquer som que me desperte e me faça reviver. Rápido ou lento mas sempre, inevitavelmente dramático e arrepiante, o ritmo e tom da música que empurro para dentro num estupro da acomodação e da derrota.
Deixa-me ver se consigo explicar: é como se um corpo, ao cair até ao fim do poço, acelerasse nos últimos metros para tentar fazer ricochete no fundo e voltar para cima... tão para cima quanto permitirem os cada vez menos ossos que restam intactos...
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Tem sido assim o renascer... so far.