Fez ontem 6 anos.
Eu estava sentado num restaurante a jantar, a receber um prémio de que lhe iria falar mais tarde. Seria uma boa notícia, como são todas as notícias de distinção de um neto.
Não terminei o jantar. Fui interrompido pelo telefone e nem suspeitei. Ainda pensei que seria um daqueles clientes que mais parecem amigos.
Mas não. Era o meu pai.
E nem aí, eu desconfiei.
Acho que, apesar de doente, tinha-me habituado a vê-la omnipresente. Nunca iria morrer, como nunca morrem, durante a nossa vida, as árvores grandes do nosso bairro. A não ser que as matem. Mas a esta, ninguém queria mal portanto estava salvaguardado. Era mesmo imortal.
Afinal não. A notícia foi curta e rápida "comme il faut".
Há 6 anos atrás fiquei orfão.
Mas parece que foi só a noite passada, de tão presente que está ainda a tua ausência.
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