Tenho que me obrigar a ouvir a música certa com risco de perder a capacidade de encher o peito de lágrimas que continuam a recusar-se a escorrer pela porta certa.
Preciso de obrigar o sangue a correr sob pressão para sentir viva a gana de ganhar e conquistar o que quer que seja.
Preciso de obrigar o sangue a correr sob pressão para sentir viva a gana de ganhar e conquistar o que quer que seja.
Quando me emudece a vontade sinto apodrecer o viver, aos poucos e, depois, cada vez mais depressa numa espiral louca que me parece sempre demais do que consigo conter. São esses os momentos em que, do resto do ânimo que ainda me povoa as mãos – em mim, são sempre as mão as últimas a cair – que me socorro de um qualquer som que me desperte e me faça reviver. Rápido ou lento mas sempre, inevitavelmente dramático e arrepiante, o ritmo e tom da música que empurro para dentro num estupro da acomodação e da derrota.
Deixa-me ver se consigo explicar: é como se um corpo, ao cair até ao fim do poço, acelerasse nos últimos metros para tentar fazer ricochete no fundo e voltar para cima... tão para cima quanto permitirem os cada vez menos ossos que restam intactos...
.
Tem sido assim o renascer... so far.
3 comentários:
Excelente, Mac.
Um beijo.
Só porque me apeteceu deixar um beijinho grande. ***
Sabes, o teu comentário ao meu último post (1996) deixou-me a pensar.
Quais são esses temas que achas que mantenho ausentes por preferir não abordar? A sério que gostava de conseguir compreender melhor as tuas palavras. Dás-me uma ajuda?
Já agora quero aproveitar para agradecer o teu post do dia 6 de Julho, que remetes para o meu texto "Brisas". Obrigada pelo elogio que lhe fazes, por teres gostado e por lhe teres dado aqui um espacinho. :)
Espero que continues a vir espreitar as "conversas". Eu certamente continuarei a passar aqui.
***
Enviar um comentário