o meu amigo João foi hoje pai pela primeira vez. Eu estava lá: pude ser o primeiro a ouvir a notícia, a ver o brilho no olhar e o coração descompassado de um homem que, com tanto para ensinar, já pensava que esta felicidade não lhe ia cruzar o caminho.
Coisa boa a esperança. Dele, que nunca morreu e hoje nasceu com 2,850 Kg a chamar-se Matilde.
Que bem afortunado. The very very very best of luck.
segunda-feira, fevereiro 28, 2005
domingo, fevereiro 27, 2005
moisture
já é a segunda vez, num espaço de tempo muito curto, que tenho a felicidade de sentir viajar para fora o que parecia seco dentro de mim.
alguém disse: "essa é a música que escolhi para o meu casamento"... e as minhas memórias.
Ambos culpados de uma coisa boa: o lavar da alma.
sábado, fevereiro 19, 2005
diferente
vim passear... melhor, trouxeram-me a passear. gosto da iniciativa.
a marina, os barcos e o expectável sol do Algarve.
se conseguir ainda tiro uma fotografia que mostre a tranquilidade serena do sítio. Estava mesmo precisado.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
...surdos... quase inaudíveis
Quando os gritos surdos
ecoaram na escuridão do meio dia,
lembrei-me.
Ainda agora tenho dificuldade em esquecer.
A música que toca e ecoa pelo imenso corredor, e se espraia em direcção às escadas do prédio, é sempre a mesma.
Perseguida, a cada vez, pela vontade de não ouvir mais nada, que não fosse a mesma música que mente como mentem os filmes americanos.
Ouço agora o toque das teclas no piano. Lembram-me os pingos de chuva que se observam por detrás dos vidros, nos dias cinzentos. Ainda não choveu na minha casa. Muitos dias cinzentos; mas ainda não choveu na minha casa.
Tenho que fazer uma cópia, não vá este morrer de cansaço. o cd.
ecoaram na escuridão do meio dia,
lembrei-me.
Ainda agora tenho dificuldade em esquecer.
A música que toca e ecoa pelo imenso corredor, e se espraia em direcção às escadas do prédio, é sempre a mesma.
Perseguida, a cada vez, pela vontade de não ouvir mais nada, que não fosse a mesma música que mente como mentem os filmes americanos.
Ouço agora o toque das teclas no piano. Lembram-me os pingos de chuva que se observam por detrás dos vidros, nos dias cinzentos. Ainda não choveu na minha casa. Muitos dias cinzentos; mas ainda não choveu na minha casa.
Tenho que fazer uma cópia, não vá este morrer de cansaço. o cd.
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
saudades de ter o que pode não ter passado de um sonho
têm-se passado os aniversários dos Aquários; são vários, aqueles a quem desejo parabéns nesta época.
Lembram-me que também eu estou próximo de mais uma curva.
Se pensar um pouco vou tentar lembrar-me do que aconteceu perto dos meus aniversários: inícios, fins, quebras, esperanças, amarguras, desilusões…
A época parece puxar-me para apenas uma conclusão: tenho frequentemente saudades do que pode perfeitamente não ter passado de um sonho. Um sonho bom. Aliás, é sempre um sonho bom, porque aí parece haver energia suficiente para encher o cântaro de Eurídice, ou alimentar o fígado de Prometeu. Mas infelizmente acabo sempre por acordar, o que me leva a uma de duas conclusões: ou são os sonhos mal construídos de raiz, todos eles, ou então desvanecem-se, à medida que o dia irrompe pela noite adentro e ilumina o tempo.
Hoje tenho também saudades dos sonhos. À medida que os anos foram passando, fui ficando cada vez com mais saudades, dos sonhos perdidos. Talvez porque o tempo mais verde é também mais rápido a mudar de estação, ou talvez porque custa um pouco mais de cada vez que se perde mais um sonho. Rien a faire.
O que fará brilhar a memória que se aperalta para desenhar mais um esboço de vida e depois, quase com a mesma facilidade, amarrota e arremessa a folha para o chão, como se de um autor, triste com a sua obra, se tratasse?
Pergunta a que gostaria de saber responder. Para poder imaginar a forma de trapacear a loucura que gere o encadeado vertiginoso a que chamamos “o nosso tempo”.
Hoje estou triste. Muito. Vou ver um filme e logo se vê o que faço com o dormir e sonhar e acordar. Parece fácil: bastará não acordar?
Lembram-me que também eu estou próximo de mais uma curva.
Se pensar um pouco vou tentar lembrar-me do que aconteceu perto dos meus aniversários: inícios, fins, quebras, esperanças, amarguras, desilusões…
A época parece puxar-me para apenas uma conclusão: tenho frequentemente saudades do que pode perfeitamente não ter passado de um sonho. Um sonho bom. Aliás, é sempre um sonho bom, porque aí parece haver energia suficiente para encher o cântaro de Eurídice, ou alimentar o fígado de Prometeu. Mas infelizmente acabo sempre por acordar, o que me leva a uma de duas conclusões: ou são os sonhos mal construídos de raiz, todos eles, ou então desvanecem-se, à medida que o dia irrompe pela noite adentro e ilumina o tempo.
Hoje tenho também saudades dos sonhos. À medida que os anos foram passando, fui ficando cada vez com mais saudades, dos sonhos perdidos. Talvez porque o tempo mais verde é também mais rápido a mudar de estação, ou talvez porque custa um pouco mais de cada vez que se perde mais um sonho. Rien a faire.
O que fará brilhar a memória que se aperalta para desenhar mais um esboço de vida e depois, quase com a mesma facilidade, amarrota e arremessa a folha para o chão, como se de um autor, triste com a sua obra, se tratasse?
Pergunta a que gostaria de saber responder. Para poder imaginar a forma de trapacear a loucura que gere o encadeado vertiginoso a que chamamos “o nosso tempo”.
Hoje estou triste. Muito. Vou ver um filme e logo se vê o que faço com o dormir e sonhar e acordar. Parece fácil: bastará não acordar?
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
dedicatória
Terminei há dias, no dia 5/2 para ser mais preciso, o que me propus há já algum tempo, no distante 2001.
Respiro melhor, vejo mais, ouço mais fundo e, sobretudo, sinto preencher aos poucos o espaço vazio da angústia do inacabado. Ironicamente, mais um percurso que termina.
a A. Toda
Obrigado por tudo o que quiseste, conseguiste e sobretudo sonhaste que eu pudesse ter. Nunca existirão palavras suficientes, nem homenagem capaz de traduzir a gratidão e orgulho que tenho, por me teres ensinado a andar.
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