
os minutos escorrem pelo dia afora à espera do tempo de chegar ao fim.

Antes, entretíamos os dias com pouco de que fazíamos muito
antes, éramos beleza, graça e força de ser.

Já percorremos espaços impossíveis e caminhos difíceis
aventurámo-nos em terras e povos novos.
Já valorizámos a tranquilidade e contemplámos a calma
já quisemos até, de dois, fazer um, que acreditávamos diferente de tudo o resto.
Hoje, no fim dos dias, caídos ao lado dos outros que também jazem no nosso chão, relembramos com saudade as pérolas de memória que guardámos e queremos manter ainda, a tanto custo.
E fizeram por valer, mesmo, a pena ?...

Armadilhado com um fundão gigante, só nos deixava tomar banho na maré alta. As ondas assumiram, no princípio dos tempos, o papel de escultoras de escarpas e ainda hoje se atiram com fúria contra as rochas que teimam em fazer-lhe frente na frente da praia.
Apodrece em mim o que não vivo e vou ficar sem saber o que fazer com o que já não serve para absolutamente mais nada.
