quinta-feira, junho 29, 2006
ao som de um piano e violinos que matam
E se não souberes o espaço
Que ocupa o meu peito em ti?
E se não te lembrares do tempo
Em que fui teu?
e se, para onde fugires de novo
te seguir a memória de uma recordação viva
que te preencha a carne
e te emprenhe o espírito
de um desejo que abafe a dor de não me veres?
Vais deixar de me querer?
Vou esquecer-me do que vivi
Entre os espaços perdidos
Nos passos em que morei em ti?
Já ninguém conta a ninguém
A arte de fazer e querer bem.
Já ninguém acredita que as pedras choram
Quando vêem passar um pássaro triste.
E perdem a esperança de sonhar
Enquanto assistem ao desfilar dos dias
Que passam ao lado do teu corpo
Que pede baixinho para se cumprir o destino
De ser todo meu.
E o tempo que não pára
Para respirar mais devagar
Ao som
Das músicas que gosto.
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