segunda-feira, janeiro 29, 2007

partir


ouvi dizer a uma mulher que o altruísmo é a forma mais requintada de egoísmo. ainda hoje respeito o que aprendi e tenho utilizado esta expressão tantas vezes que chego a senti-la minha de tão verdade que é.
mas a coisa pode não bater certo ao deixar ir embora alguém contra o nosso benefício...
porque deixam afastar-se as pessoas durante tanto tempo até chegar ao ponto onde não há outra alternativa que não seja,... deixá-las partir... a pergunta é quase ofensiva.é como estar parado numa qualquer linha de comboio e ver aparecer ao longe aquele vulto gigante e agressivo em movimento.

há quem teime em não olhar de frente para o destino que se aproxima rapidamente. ignoram o barulho daquela buzina estridente que apita para sairem da linha, fazem de conta que não sentem estremecer o chão debaixo dos pés e viram-se até de costas para olhar para a frente, como se a vida pudesse ser salva a olhar na direcção oposta dos problemas. ouvem-se as rodas de encontro ao metal dos carris a consumir o resto do tempo. e não há quem os consiga mover ou sequer fazer olhar a morte de frente.
morrem sempre sem esperar e gastam os últimos momentos do tempo revoltados com a má sorte.
que surpresa
...

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