insistir em falar quando nos ouvem as palavras como falsas e os propósitos como excusos.
não vale a pena
sustentar o erro de acreditar, de cada vez, que afinal foi só um arremedo de um qualquer sentir esquisito que fez alguém correr atrás da própria sombra.
há pessoas assim, que se cruzam connosco. pessoas que não têm descanso nem paz porque os seus dias são povoados de suspeitas de conspirações e conluios maquiavélicos com maior ou menor premonição, mas sempre no propósito fixo e determinado de os prejudicar.
estas pessoas citarão com frequência sabedorias populares ancestrais como:
"a mim não me fazem o ninho atrás da orelha", "a mim não me apanham" ou a melhor "a mim não me comem por parvo".
é doloroso ver a insegurança levada a extremos que fazem assemelhar este comportamento à chico-espertice, quando afinal não é mais do que uma quase inaptidão para desenvolver uma sã convivência com os outros seres humanos.
perseguidos pelo sistema, pelos outros, pela má sorte, estão sempre em alerta excessivo e desmesurado, que os alheia do mundo e das coisas boas.
não os fazem de parvos, mas também não lhes fazem mais nada porque estão destinados a ser sós ou a partilhar a teoria da conspiração com um outro correlegionário com e de quem, invariavelmente, suspeitarão mutuamente até à exaustão.
conhecem alguém neste caminho?
então saiam da frente para não serem esmagados pelos trilhos de quem carrega as certezas sem volta.