Este é o último poema de Fernando Pessoa, que ditou no leito de morte, durante o último dia de vida.
É para mim o mais belo, e tão forte que o sabor das palavras entra no ser para despertar as cores de um som tão diferente daquele que sinto durante os dias nocturnos. Cores mais agudas, sons mais vermelhos e paladares, antagonicamente, mais suaves.
"É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada."
Fernando Pessoa
Mais nada. Mais nada. Curioso como a aproximação real ou o sentimento equivalente, desperta esta arte na maior parte dos artistas, de tal forma que o último sopro é sempre uma brisa abençoada que deixam na Terra, como se de uma última benesse, último favor ao mundo, se tratasse.
Que preenchimento, esta coisa da arte...
28/10/2001
1 comentário:
Falso. Pessoa faleceu a 30 de Novembro de 1935. E esse poema é de 1920, data que Pessoa atribui à morte de Alberto Caeiro.
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