terça-feira, março 14, 2006

compromissos

o belo do compromisso... sucks!
e não há eufemismo que lhe valha.

Ninguém pode ser efectivamente feliz, se viver em regime de "compromisso" permanente. Sabem o que é? É aquele meio termo, aquele entendimento civilizado de sã e salutar convivência entre duas pessoas. Deixem-me lembrar, para quem ainda não está a ver: é aquilo que fazemos a pensar que salvaguarda alguma parte de nós, quando afinal nos anula em todas as frentes.
Radical? Nem por isso.

Se quiseres muito, se gostares ainda mais e os desejos do que quer que seja transbordem por ti afora, que satisfação podes conseguir, se fizeres METADE(!) do que querias?
Se pensam em responder "metade da satisfação", desenganem-se. A acumulação de insatisfação, quando estamos tão perto de fazer exactamente aquilo que gostaríamos, é desgastante. Corrói devagar, e vai apagando o brilho dos olhos.

As negociações foram feitas para as empresas e outras entidades abstractas que não sentem. Só essas não têm pena do que perderam, ao ficarem a 50% do objectivo em regime de trade-off por outra coisa qualquer. As pessoas, remoem. Anseiam, e vão acumulando o desejo, numa folha de créditos por saldar, que não faz bem a ninguém.

Os compromissos não devem ser banidos da vida de ninguém, entenda-se. Mas não podem preencher os dias. É como se nos contentássemos com uma pequena mantinha que nos amodorna o corpo. Não é quente, mas consola um bocadinho... Não satisfaz, mas também não é nenhuma lareira a crepitar de satisfação. É... um compromisso possível...

Criticar é fácil, não é?... Mas pode ser que haja um vislumbre de solução, lá longe, ou mais perto, quanto menor ou maior for a audácia de fazer diferente.
Então e se, em vez de entrarmos no compromissozinho de merda, a toda a hora, experimentarem deixar acontecer até ao limite máximo, aqueles gostos, desejos ou loucuras de quem gostamos, queremos bem ou até, só convivemos? E se se optar pela tolerância?

Imaginar a satisfação e o prazer de ter, no rosto e estar daqueles a quem queremos, é... delicioso. to say the least... trust me.
Podemos optar por tolerar coisas de que não gostamos, mas que são realmente importantes? Claro que sim. E ninguém morre por isso.


É mil vezes preferível fazer algumas coisas de que gosto muito, do que imensas, de que não gosto particularmente e me são apenas,... neutrais.

Esta coisa de ser humano e ter alguém a que se quer, é mesmo assim: uns dias sofre-se um bocado, e noutros vai-se ao céu. Várias vezes, se possível :-)

Não se fiquem pelo "assim, assim...".

E dêm tudo o que podem, gostem mais, ou menos, ou até nada, a quem esteja disposto a vos dar também. E rasguem os dias ao acordar com aqueles sorrisos de que se constroem lendas.

2 comentários:

Anónimo disse...

quebrar o compromisso é óptimo. e simples. viver até ao limite é viver realmente viver. experimentem. eu faço-o.
a cada segundo.

CLÁUDIA disse...

Passei para desejar uma excelente Páscoa, de paz e tranquilidade.

Chocolates, amêndoas e afins... venham eles!!
Beijinho grande *** Fica bem.