sexta-feira, maio 12, 2006

distant mindbreath

se o castanho raiar de verde podemos imaginar o corpo esguio das árvores fundir o doce das folhas?

o que sentirá a ponta de uma pena enquanto escorrega na pele macia de pontos que se unem com os dedos que percorrem a vida à volta dos braços doces que se entrelaçam nos meus enquanto se eriçam os poros arrepiados por não ter ninguém a quem contar a história de uma vida louca de prazeres complexos como o vinho que nos escorria dos lábios para dentro do calor de um corpo ardente de uma febre que já não sabia parar de aumentar.
se fechares o olhos e sonhares, sim, de olhos fechados, imagina o sabor da suavidade abandonada de um beijo que traz o fim dos sonhos suaves e das noites frias.
imagina que se espalha na praia do teu corpo uma onda de calor que te invade devagar...
e o resto é o tempo a fugir debaixo do bater descompassado do peito a abrir caminho entre o espaço artificial criado entre os corpos que clamam ter sido feitos para sentir o baque crescente de um prazer que as paredes não sabem conter e atiram pelo ar que cai sobre as cabeças que se fitam enquanto falam calados os lábios.

quem pode não querer dias assim?